27 de maio de 2008

Uma viagem inesquecível

Esta foi sem dúvida a viagem mais emocionante que fiz. Uma verdadeira aventura, algo que sempre tinha sonhado fazer mas que parecia impossível. A ideia surgiu na mente destas duas personagens, num jantar aparentemente normal. Depois de uma garrafa de vinho e muitos projectos e ideias que pareciam tiradas de uma expedição do National Geografic. Quando cheguei a casa pensei que este projecto tinha ido com o vinho. Enganei-me redondamente, o Filipe não é do tipo de esquecer uma viagem, muito menos esta a ainda por cima com uma companhia igualmente louca como ele. A coisa estava definida na cabeça dele. Foram alguns meses de planeamento, uma quantidade considerável de vacinas e alguma burocracia e no dia 29 de Dezembro de 2006 lá estávamos a acordar para a grande aventura.
Lá fomos no UMM amarelo, ferrugento e cheio de barulhos, rumo a sul. Fomos direito a Algeciras, atravessamos para Marrocos, fizemos a passagem de ano numa praia e depois ficámos sem travões. Fizémos 1000 Km sem travões (só travão de mão) em Marrocos. Entrámos no Sahara Ocidental e por fim lá encontrámos uma oficina onde nos arranjaram os travões.
Atravessámos o Sahara e entrámos na Mauritânia. Chegádos a meio da Mauritãnia virámos à esquerda e entrámos na aventura da aventura. O UMM voava á velocidade louca de 70 Kmh pelas pistas de areia no deserto do Sahara. Simplesmente fabuloso, a terra, as cores, os animais, as pessoas e muito especialmente as crianças. É uma viagem de emoções!
Quando estávamos a 100Km de Timbuktou a ventoinha do UMM decidiu entrar em órbita, rompeu o radiador e o UMM sobreaqueceu. "No problem" uma mezinha resolveu o assunto e o UMM entrou triunfante em Timbuktu, a cidade perdida. Ficámos 1 dia e meio que deu para ver a cidade, os manuscritos, uma fotografadela ás mesquitas e enviar uns postais pelo correio para a família.
Partimos de Timbuktu ainda de noite, atravessámos o Níger com destino a Bamako. Fizemos uns míticos 200 Km de chapa ondulada (sim 200 Km) que deu para criar uma folga de duas voltas na direcção do UMM e desapertar todos ou quase todos seus parafusos (íamos perdendo a bateria).
Chegamos a Bamako com o UMM a pedir mais, mais quilómetros, mais saltos, o carro estava mesmo bom e pensámos, que pena termos já os bilhetes de avião senão fazíamos tudo para trás até Lisboa, novamente.
Despedimo-nos daquela incrível viatura com muita pena minha e regressámos a Lisboa com a esperança de voltar.
Estamos-nos a preparar para 2009 mas tudo começa pela viatura que nos vai levar até lá, depois as vacinas, o passaporte, os vistos e o equipamento....Nunca mais chega a hora!

1 comentário:

Anónimo disse...

Demorou um bocadinho para começares a "blogar", mas foi em grande estilo!
U